terça-feira, 25 de maio de 2010

A Saga das Figurinhas - Parte I

Pode até ter um efeito prejudicial pro perfil, afastando gente séria disto aqui. Mas se quero honrar minha Exposição de Motivos, e escrever o que passa na cabeça, devo começar pelo assunto das figurinhas.

Não tem como. Se tem alguma coisa que me tira a concentração, os cabelos e o dinheiro é a busca pelo maldito 222. Falta uma, pessoas. Umazinha. O safado do goleiro da Argélia. O baitola do Faouzi Chaouchi, olha só que nome ele tem. Um metro e noventa e dois, sagitariano com 26 anos, nascido em Bordj Ménaiel. Quantas vezes já abri meu álbum na página 26, olhando com tristeza o espaço em branco que me desgosta minha própria existência. Quanto já sofri para chegar até aqui. Tantas idas esperançosas à banca de jornal, tanta expectativa ao abrir o pacotinho. Tantas vezes que cheguei cedo à faculdade, sentei-me no corredor e pus-me à arte do escambo.

Achei que jamais viveria essa emoção novamente. Achei que colecionar figurinhas fazia parte de um longínquo passado, perdido em minhas lembranças. A ansiedade da espera por meu pai, a entrar pela porta e me entregar cinco pacotinhos, não mais. Antes, mostrar-lhe, orgulhoso, a lição de casa feita, condição indispensável para o presente. A profunda amargura quando vinha sem nada às mãos, quando não restava opção senão contar, mais uma vez, quantas figurinhas faltavam para completar...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

DA EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Não posso antever se isso vai acontecer, provavelmente não, mas preciso me precaver. Vai que alguém lê. Vai que vou para o BBB 47 e viro famoso. Vai que crio uma frase de efeito, estilo "Ronaldo" e vão atrás de minha vida pregressa. Vão querer saber tudo, invadirão meu Orkut, conversarão com os brothers lá da quebrada, acharão alguma paquerinha que comprove que sou violento. Olha só que sorte para a Sônia Abrão: descobrem um blog com meu nome! Aí tou fudido.

Melhor garantir o leite dos meninos. O blog, que se conservará blog e não blogue, não tem motivo algum, independente do título que dei acima – é que meu pé jurídico ainda caleja. Não preciso dele (do blog, não do pé), ele não precisa de mim: eis a maravilha da Internet. Ele existe, de fato, ocupa os pixels de tua magnífica tela. Mas pode não existir, pode sumir, um mero delete, um indolor adeus – sem lágrimas, simplesmente alguns kilobytes a menos no matrix cibernético.

Escrevo apenas porque gosto. E é bom que eu escreva, sabe? Primeiro, agradece o portfólio. A nova faculdade me mostrou o que isso significa; os requisitos para estágios me explicaram, bem direitinho, que essas coisas são importantes pr'um jornalista. Segunda e talvez última justificativa é que o blog aprisiona meus textos. Ele me obriga a expulsá-los da minha mente (onde normalmente preferem hibernar) e me faz o favor de não perdê-los. Aqui eles recebem proteção, podendo até salvar uns eucaliptozinhos.

O "pr'um" me faz lembrar algo. Seguinte, isto é sério. É importantíssimo que fique bem claro: eu não estou NEM AÍ para os erros gramaticais! Eles acontecerão, acredite. Haverá vários (ou haverão vários?) – se bem que essa aí eu sabia... Mas outros não saberei. Se te incomodam essas falhas, se te dói a vista uma próclise mal usada, uma concordância incorreta, um hífen descabido, por favor, procure outra distração para tua vida; mas aqui quem escolhe o que escrever sou eu! Felizmente, até 2012 eu tenho a desculpa de o acordo ortográfico ainda não estar totalmente em vigor, desculpa essa que, desde já, uso, ainda que meu erro seja de utilização da vírgula.

Quanto ao conteúdo, vamos lá. Você sabe para que serve uma profissão? Apenas para engessar a sua capacidade! Por que o lixeiro apenas limpa a rua, se ele tem cérebro e pode pensar? Por que o matemático só estuda matemática? Por que o médico não pode saber um pouco de música? E o músico como se constrói uma casa? Bem, não vou assustar o "leitor" com esses papos já no primeiro post. Mas isso vale para que eu diga algo: o blog não é de política, de esportes ou de artes. O blog é de Gabriel. E sendo de Gabriel, ele vai expor o que passa na cabecinha de Gabriel. E Gabriel, vejam só, não pensa só em política, em fofocas ou em putaria. O que for assunto merecedor de umas palavrinhas, forte suficiente para vencer à preguiça, aparecerá aqui. Essa é a maravilha do jornalismo, ele é centrípeto (bonito isso), abre o objeto de trabalho.

Acabam-se as introduções. Se te interessou apertar o "página 1", legal, aqui você entendeu o nada a que este blog se propõe. Vamos ver até onde essa bodega vai chegar...